Arqueologias

Patrimônio Arqueológico

De acordo com o Iphan, “São considerados sítios arqueológicos os locais onde se encontram vestígios positivos de ocupação humana, os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de pouso prolongado ou de aldeamento, “estações” e “cerâmicos”, as grutas, lapas e abrigos sob rocha. As inscrições rupestres ou locais com sulcos de polimento, os sambaquis e outros vestígios de atividade humana também são considerados sítios arqueológicos”.

O patrimônio arqueológico brasileiro pertence a União, conforme Lei 3.924, de 26/07/1961 e demais leis e normas federais, estaduais e municipais devotadas à preservação do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural. 

1 – Sítio arqueológicos em contextos rupestres, líticos, lito-cerâmicos e históricos.

Os sítios arqueológicos com registros rupestres são encontrados no Brasil, principalmente na porção nordeste do país, ainda que ocorrências mais discretas desses sítios tenham sido identificadas em outras regiões do Brasil. A Chapada Diamantina certamente é a principal região do Nordeste que abriga milhares desses registros, assim como também o sul do Piauí, como as centenas de sítios já identificados no Parque Nacional da Serra da Capivara e os que ainda serão localizados com as pesquisas em andamento na Serra das Confusões.

Da mesma maneira que os sítios com registros rupestres, os sítios líticos também são encontrados em praticamente todo o território brasileiro. São compostos por artefatos confeccionados em pedra, tais como pontas de projéteis, peças plano convexas, lascas das mais variadas formas e tamanhos, além de um significativo número de tipos de artefatos para as mais variadas funções. Esses grupos que utilizavam ferramentas em pedra, também utilizavam itens vegetais, no entanto, esses itens são extremamente perecíveis e por isso não permaneceram no registro arqueológico, ainda que micro traços possam ser pontualmente identificados dependendo dos recursos tecnológicos disponíveis para análise. 

Patrimonio Arqueológico
analise patrimonial
Perfil Arqueologia

Os sítios considerados lito-cerâmicos, possuem artefatos produzidos em pedra e também por peças cerâmicas. Os artefatos em pedra podem ter sido obtidos por meio do lascamento e também por meio de polimento. As lâminas de machado são os artefatos polidos comumente identificados em sítios lito-cerâmicos, no entanto, pilão, mão de mó, tembetás, peças cerimoniais, entre outras, também podem ser encontradas nesses sítios, assim como também podem ser identificados enterramentos, tanto em urnas, quando diretamente no solo. As peças cerâmicas produzidas por esses grupos apresentavam particularidades bastante específicas que possibilitaram atribuir determinados traços e modos de fazer a grupos distintos. 

Os sítios históricos alvo de estudos no Brasil abarcam uma grande diversidade de tipologias, desde casas bandeiristas e habitações construídas em pau pique ou adobe, localizadas no interior dos estados do nordeste. Além disso, vestígios de acampamentos, caminhos de tropa, áreas de conflito, são apenas alguns dos exemplos que atualmente tem sido alvo de estudos arqueológicos no Brasil. 

2 – Arqueologia da Diáspora Africana 

Abarcados pelos estudos de Arqueologia Histórica, diversos sítios arqueológicos associados a diáspora africana foram e têm sido estudados. Esses estudos tem sido incluídos em diversas denominações, visto que não existe um consenso sobre o uso do termo, que pode variar entre Arqueologia da Escravidão ou Arqueologia da Diáspora Africana, Arqueologia Afro- americana, Arqueologia Afro-brasileira, Arqueologia dos sítios escravos, “enfim, estes se confundem muitas vezes, ficando no limiar entre problemas terminológicos e conceituais” (ROSA, 2010, p. 63). No entanto, de acordo com Carvalho (2012) convencionou-se reunir pesquisas no contexto de escravidão sob a designação de Arqueologia da Escravidão ou, o que se deu mais recentemente, Arqueologia da Diáspora Africana. Ainda é possível encontrar esses conceitos referenciando sua origem, como por exemplo, à Arqueologia afro-brasileira, afro-americana, afro-caribenha.
Antigos quilombos, senzalas, sítios de naufrágios de navios negreiros, comunidades quilombolas contemporâneas, paisagens, locais de entrega de oferendas de religiões de matrizes africanas, engenhos, são alguns dos exemplos de contextos de sítios arqueológicos que podem ser estudados utilizando os preceitos da Arqueologia da Diáspora Africana.

3 – Arqueologia Subaquática

Os sítios arqueológicos sob as águas ou em zonas de interface podem conter registros e artefatos tanto de grupos pré como pós-coloniais. Diversos segmentos de empreendimentos abarcam diretamente esses ambientes, por isso necessitam que as pesquisas arqueológicas sejam feitas também sob as águas. Para essas pesquisas, a Arqueologia Subaquática tem métodos consolidados, atribuindo segurança na detecção de artefatos submersos, seja por meio de mergulhos sistemáticos exploratórios, seja por meio de levantamentos meticulosos que utilizam equipamentos geofísicos/acústicos. Apesar de cada ambiente apresentar complexidades distintas, faz-se necessário a investigação subaquática ainda na fase de licenciamento, a fim de evitar possíveis danos ao patrimônio arqueológico que, por ventura, se encontre submerso. 

Arqueologia Subaquática